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O discurso do ódio e violência agride minha inteligência

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O que me preocupa no Brasil desses dias, o que agride à minha inteligencia, é o discurso do ódio. É a incitação ao ódio e a violência. Ódio e violência contra "minorias" (negros, índios, mulheres, comunidade LGBT, esquerdistas, pobres). Basta pensar diferente, ser diferente do estereótipo homem branco "bem nascido". Odiar, em síntese, é violentar primados cristãos básicos. Explico: odiar não é apenas a antítese de amar. É violentar a compaixão, a paz, a caridade, a misericórdia. É violentar o amor ao próximo, a segunda principal lei cristã. Me agride o discurso do ódio contra aqueles que, como eu, ousam pensar diferente. Lutei contra a ditadura militar, em favor da democracia. Fui detido por duas vezes. A primeira, secundarista em Brasília, 1977: uns safanões, tapas na cara, cotoveladas, cusparadas, um ou dois "telefones". A segunda, já formado em direito, Teresina, março de 1983, jogado em uma cela comum do DOPS, lotada de criminosos comuns, só de cueca. Queriam os policiais me humilhar. Lutei contra a ditadura militar, em favor da democracia. Jamais fui (terrorista). Sou advogado defensor da democracia. Que se posta resolutamente contra o fascismo, o discurso do ódio ao próximo, da incitação da violência banal (isso sim terrorismo!). Da mesma forma, na qualidade de cidadão, de eleitor, de cristão, de pai de família, não posso admitir o discurso que afronta, menospreza, agride, humilha negros e negras, a índios e índias, a comunidade LGBT, a mulheres (que não merecem ser estupradas). Uma sociedade democrática se constrói sobre o respeito às diversidades culturais, de matizes de pele, de gênero, de opiniões. Num país de longa tradição escravocrata e patrimonialista, o preconceito ao pobre alimenta o ódio da pequena parcela (menos de 2%) dos brasileiros muitos ricos, um discurso que atrai as classes medianas contra o miserável "preguiçoso", que hoje tem moradia, luz, moto e um filho formado em universidade pública. Preconceito que alimenta o ódio, que incita a violência contra as "minorias" (em verdade todos aqueles despossuídos há mais de 500 anos de história). Me dirijo a vocês, amigos e amigas, para pedir com toda humildade da minha alma, salvemos o Brasil! Se o discurso e a incitação ao ódio vencer nesse segundo turno, caminharemos e passos largos para a implantação de um regime de tipo fascista no Brasil. O que está em jogo não é mera e corriqueira alternância no "jogo" eleitoral e democrático. O que está em jogo é o ódio e a incitação a violência contra o próximo e, no outro campo, nossa tão jovem e delicada democracia. Conclamo a você, amigo, amiga contra o ódio e o fascismo, vote na democracia. Vote Haddad e Manuela. Vote 13. -------------- Helbert Maciel é advogado trabalhista - nas redes sociais.