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Saúde Pública

Doenças Renais e o SUS; por Teófilo Cavalcante

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  No Brasil, mais de dez milhões de pessoas sofrem de doenças renais

Pouca gente sabe, mas o dia 13 de março é considerado o dia mundial do rim, instituído pela Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN) e a Federação Internacional de Fundações Renais (FIFR) em 2006. A data é comemorada anualmente na segunda quinta-feira do mês de março e tem como objetivo: Conscientizar sobre a importância da saúde renal; impulsionar mudanças globais na prevenção de doenças renais; promover o acesso ao tratamento precoce e preciso das doenças renais e estimular os cuidados com a saúde. O Conselho Estadual de Saúde do Piauí (CES/PI), juntamente com a APREPI (Associação dos Pacientes Renais Crônicos do Estado do Piauí), nas pessoas de Elizabeth Fernandes, presidente do CES/PI e Jocélia Sousa da Mesa Diretora do CES/PI, pautaram na reunião do CES/PI, dia 14/03/2025, a questão renal. Nós conselheiros e conselheiras fizemos uma excelente discussão do assunto e foi legal, (parabéns, é o controle social do SUS, fazendo o dever de casa). O exame de creatinina é um exame simples e acessível que ajuda a detectar precocemente doenças renais, é importante que homens e mulheres o façam, pois as doenças renais são mais perigosas do que muita gente pensa e mata.       

Estima-se que haja atualmente no Mundo 850 milhões de pessoas com doença renal, causando a morte de 2,4 milhões de mortes por ano. No Brasil, a estimativa é de que mais de dez milhões de pessoas tenham a doença e o número de mortes, chega a 50 mil por ano. As Principais causas da insuficiência renal: desidratação, obstrução renal, diabetes, hipertensão, entre outras. Os sintomas são: alteração na cor da urina; fadiga; incômodo para urinar; dor lombar; sangue na urina; inchaço nos olhos, tornozelos e pés; fraqueza; enjoos e vômitos; alteração na pressão arterial e outros. Tratamento. Não existe cura para doença renal crônica, embora o tratamento possa retardar ou interromper a progressão da doença e impedir o desenvolvimento de outras condições graves. A insuficiência renal pode ser tratada com medicamentos e controle da dieta. Nos casos mais extremos pode ser necessária a realização de diálise (utiliza um cateter e bolsas de solução e pode ser feito em casa, diariamente), hemodiálise (precisa ser feito em uma clínica especializada, três vezes por semana com duração de 4 horas.) ou transplante renal, como terapêutica definitiva de substituição da função renal.
     
O SUS e as Doenças Renais. Nós que ajudamos na construção do SUS, muito nos orgulhamos de como o SUS cuida dos pacientes renais e, outros. Embora haja deficiências, mas em sua maioria é o suficiente. O SUS oferece tratamentos para doenças renais crônicas, como hemodiálise, diálise e transplante renal. Também é oferecido pelo SUS, vários tipos de remédios, quase 100%. Atualmente, 729 estabelecimentos de saúde na alta complexidade estão habilitados para atender pacientes com doença renal. Desses 688 oferecem diálise. O SUS conta, atualmente, com mais de 26,3 mil máquinas de hemodiálise pelo país. 150 mil pessoas fazem hemodiálise anual no Brasil. O Brasil, ocupa a 3ª posição mundial entre os maiores tranplantadores de rim o representa cerca de 70% do total de transplantes de órgãos, sendo que 90% são financiados integralmente pelo SUS. Dependendo do estado clínico uma pessoa transplantada vive mais que uma pessoa que faz hemodiálise, mas há pesquisas que dizem que a perspectiva de vida de quem é transplantado é de 20 a 25 anos e de quem faz hemodiálise 10 anos.

A Questão Renal no Piauí. No Estado do Piauí existem aproximadamente 3 mil pessoas fazendo hemodiálise e o Estado realizou 48 transplantes de rim no ano de 2023. Atualmente existem 15 clínicas que realizam hemodiálise, mas a maioria são particulares, cobertas pelo SUS. Existe a APREPI (associação dos pacientes renais crônicos do Estado do Piauí), que trabalha com pacientes renais e o Conselho Estadual de Saúde do Piauí, sempre está ao lado de quem precisa do SUS, inclusive os renais. é, muito importante o cuidado com as doenças renais. Portanto, quem quiser falar mal do SUS, primeiro precisa conhecer o SUS. A nossa defesa por um SUS 100% Público, sem Organizações Sociais nos custou caro e, não seria qualquer um que venha desmantelar esse sistema. 

Um dos grandes sanitaristas brasileiros foi Oswaldo Gonçalves Cruz, que foi médico sanitarista, epidemiologista e bacteriologista. Em 1903, Oswaldo Cruz ocupava o cargo de diretor geral de saúde pública (atualmente ministro da saúde) e instituiu a obrigatoriedade de vacinas no Rio de Janeiro, contra a febre amarela, peste bulbônica e a Varíola. Essa decisão na época, causou a revolta da vacina, que foi sufocada e as vacinas conseguiram reduzir casos das doenças. 

Oswaldo Cruz morreu aos 44 anos de insuficiencia renal. Entre as diversas homenagens recebidas, foi homenageado com o Instituto Oswaldo Cruz e a Fundação Oswvaldo Cruz, principais instituições que fabricam vacinas no Brasil.  
     
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José Teófilo Cavalcante: É, Conselheiro Estadual de Saúde, representando o SINTSPREVS/PI, onde é Diretor e Estudioso do SUS.

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