A esquerda acertou — e por isso incomoda.
Acertou porque pautou o debate. Colocou no centro da política nacional a disputa por justiça tributária. Passou da defensiva à ofensiva. Falou alto, claro, com coragem — em nome da maioria do povo brasileiro.
E o acerto não foi só no conteúdo. Foi no tom, na forma, na narrativa, na centralização e na repetição. A esquerda falou com os pobres e com a classe média. Mostrou quem paga muito e quem quase não paga nada. Escancarou a desigualdade no sistema tributário brasileiro — que tira dos de baixo para sustentar os de cima.
Essa coragem incomoda. E incomoda muito.
Por isso, a reação veio. E veio pesada. Não veio só do Congresso. Veio da elite global. E agora, vem do próprio Trump.
Trump tenta atacar o Brasil, fazer ameaças, mandar carta, defender Bolsonaro. Mas o que ele quer, na prática, é substituir o debate.
Quer tirar o foco da justiça tributária. Quer tirar do centro o debate sobre quem deve pagar a conta. E tenta nos forçar a discutir se Bolsonaro está ou não injustiçado — como se isso fosse relevante para o Brasil de hoje.
Mas nós não vamos cair nessa armadilha.
O maior erro que a esquerda pode cometer agora é reposicionar Bolsonaro no centro da pauta. Bolsonaro é carta fora do baralho. O Brasil precisa olhar pra frente, e a pauta é clara: justiça tributária.
Trump nos ataca porque está incomodado. E não é só pelo imposto. É por tudo o que Lula simboliza no cenário internacional.
Lula é liderança global. Lula fala pelos pobres do mundo. Lula fala pelos países periféricos, pelos excluídos, pelos que sempre ficaram de fora da mesa do poder.
O protagonismo do Brasil no encontro do clima, nas articulações do BRICS, na defesa da soberania dos povos e da redistribuição de renda — tudo isso incomoda.
Lula representa o oposto de Trump.
Enquanto Trump governa para os bilionários e pela impiedosa concentração de riqueza, Lula governa pela inclusão. Enquanto Trump desmonta o combate à crise climática, Lula a enfrenta com coragem. Enquanto Trump representa os donos do mundo, Lula representa os que nunca tiveram voz.
Trump, defensor dos milionários, tenta intervir em um país soberano porque teme o exemplo. Teme que o Brasil mostre que há outro caminho. Um caminho em que os ricos pagam imposto. Em que o clima é prioridade. Em que os pobres são tratados com dignidade. Em que o Sul Global levanta a cabeça.
E é isso que está em jogo. E é isso que precisamos continuar dizendo.
Não caia nas provocações. Não responda com a pauta deles.
Responda com a nossa pauta, com o nosso povo, com a nossa justiça tributária.
Repita. Reforce. Reafirme.
Porque é assim que se vence a batalha das ideias.
O foco continua: justiça tributária, soberania, protagonismo popular e liderança global.
Porque o Brasil pode — e deve — ser farol para o mundo.
Um farol que ilumina outro caminho possível: com solidariedade, com inclusão, com justiça social e com respeito à soberania dos povos.
E que se espalhe pelo país o bordão que sintetiza essa luta:
Chega de tirar de quem tem menos para dar a quem tem mais!
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Henrique Pereira é publicitário, diretor da Interlig Comunicação Sindical e Popular.
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